Piscicultura Brasil

Aprenda na prática as melhores técnicas de piscicultura do Brasil e do mundo.

Informações

Como reduzir a infiltração nos viveiros de Tilápia?

Compactação do solo do fundo e das laterais dos viveiros: fazer a gradagem leve do solo a uma profundidade de 15 cm, seguida de boa compactação, a fi m de melhorar a impermeabilização. – Aplicação de fertilizantes orgânicos: usar altas doses de estercos animais, de 25 a 50 toneladas por hectare, no viveiro drenado e encher em seguida.

Aguardar de quatro a seis semanas e renovar a água antes do povoamento – Utilização de dispersantes de partículas: indicados apenas para solos argilosos bem estruturados. Doses indicadas: tripolifosfato de sódio 0,25 a 0,5 kg por metro quadrado; ou soda cáustica: 0,6 a 1 kg por metro quadrado ou sal comum: 1,2 a 1,8 kg por metro quadrado. – Revestimento com mantas de plástico: os fi lmes ou mantas de PVC ou PEAD são indicados para viveiros com alta permeabilidade. Devido ao alto custo é mais comum o uso em criações intensivas.

O dimensionamento mais adequado e a melhor locação dos viveiros e das estruturas hidráulicas dependem do que foi estabelecido no planejamento da produção e da área disponível para a construção.

MÓDULO MÍNIMO DE CRIAÇÃO RECOMENDADO • 6.000 a 10.000 metros quadrados de área de viveiros.

Tipo de àgua para criação de Tilápia

Comparada com outros peixes tropicais, a tilápia possui maior capacidade de adaptação a diferentes condições de água, sendo esse um diferencial favorável para a expansão da criação. Alguns dos principais parâmetros que devem ser analisados são: Fontes – podem ser utilizadas na criação de peixes: águas de rios, córregos, represas, nascentes, poços subterrâneos e até mesmo a água captada das chuvas, desde que atendam aos requisitos de quantidade e qualidade.

Quantidade – no sistema semi-intensivo de criação de peixes, com baixa renovação de água, é estimado o uso de 10 a 15 litros por segundo por hectare. Qualidade – além dos parâmetros que são mostrados na Tabela 1, é importante garantir o abastecimento da piscicultura com água de qualidade, livre de contaminações com produtos químicos ou esgoto de origem urbana ou rural. Temperatura – as tilápias apresentam conforto térmico em temperaturas da água entre 26 e 28ºC.

Em temperaturas fora desta faixa, os peixes apresentam redução no metabolismo com diminuição do apetite e do crescimento e queda na resposta imunológica. Temperaturas entre 8 e 14ºC, dependendo das espécies e linhagens utilizadas são letais. A temperatura deve ser medida pela manhã e pela tarde.

Oxigênio dissolvido – a tolerância das tilápias a baixas concentrações de oxigênio é uma característica importante, podendo manter grandes biomassas com o oxigênio produzido no processo de fotossíntese realizado pelo fi toplâncton. As tilápias resistem a situações de oxigênio dissolvido abaixo de 1 mg por litro por algumas horas. Oxigênio dissolvido deve ser medido nas primeiras horas da manhã, quando ocorrem os períodos críticos.

Qualidade ideal da água para criação de Tilápia

Transparência – A transparência indica a produção primária – quantidade de plâncton em suspensão – e está diretamente relacionada à disponibilidade de oxigênio dissolvido na água. No sistema semiintensivo, é recomendada a manutenção da transparência entre 30 e 40 cm, e deve ser medida em dias ensolarados, das 10 às 14 horas.

Alcalinidade – Em solos mais ácidos geralmente a alcalinidade não alcança valores superiores a 10 mg por litro. Para a criação de peixes é recomendado níveis superiores a 30 a 40 mg por litro. A alcalinidade é corrigida com a adição de calcário no fundo dos viveiros secos ou diretamente na água dos viveiros. Tem a função de efeito tampão sobre as fl utuações diárias do pH.

pH – indica o grau de acidez da água. A faixa recomendada é de 6,5 a 9, sendo ideal entre 7 e 8,5. Apresenta fl utuações diárias relacionadas à atividade de fotossíntese pelo fi toplâncton. As medições devem ser feitas no início da manhã e no fi nal da tarde.

Amônia – é resultante da própria excreção nitrogenada dos peixes e da decomposição do material orgânico (fezes, restos de ração). Está presente na água em duas formas: ionizada (não tóxica) e não ionizada (forma tóxica). A concentração de amônia não ionizada deve estar abaixo de 0,5 mg por litro. A medição de amônia deve ser feita no fi nal da tarde, quando a possibilidade de intoxicação é maior, por causa da elevação do pH

Qualidade da água para criação de tilápia em viveiros.

Tabela 1

[table id=1 /]

Preparando o viveiro para criação de Tilápia

Calagem – com o viveiro pronto, deve-se fazer uma calagem espalhando calcário ou cal por todo o fundo e nas laterais do viveiro. A calagem é realizada com a fi nalidade de corrigir o índice de acidez (pH), e manter os valores dentro da faixa ideal, entre 7 e 8,5, o que melhora a produtividade do viveiro. O uso do calcário apresenta a vantagem, que além de corrigir o pH, corrige também a alcalinidade total. De uma maneira geral, nas áreas de cerrado são utilizados um dos produtos abaixo, nas quantidades recomendadas:

[table id=2 /]

É importante que, além de ser espalhado, o calcário seja também incorporado na camada de 5 a 10 cm da terra do fundo do viveiro. Se 30 dias após a primeira aplicação de calcário, a alcalinidade mantiver-se abaixo de 30 mg por litro, repetir com a dose de 200 g por metro quadrado. Se a calagem for realizada no intervalo de dois ciclos de produção, aguardar cinco dias de exposição do fundo do viveiro ao sol antes da aplicação da cal ou do calcário. Adubação – a adubação nos viveiros tem a mesma fi nalidade da que é feita na agricultura. Quando se aduba a água, há um maior crescimento do plâncton, que é o conjunto de pequenos vegetais (fi top

lâncton) e pequenos animais (zooplâncton) dos quais os peixes se alimentam. Dessa forma, a adubação possibilita o aumento na disponibilidade de alimentos naturais para os peixes. Um bom crescimento do fi toplâncton também auxilia no controle da qualidade da água, produzindo oxigênio através da fotossíntese e absorvendo o excesso de produtos tóxicos que podem prejudicar os peixes.

Adubos orgânicos – os adubos de melhor qualidade são os estercos de aves e suínos, sendo também utilizados os estercos de bovinos e de outros animais. Podem ser utilizadas as fezes frescas, porém o resultado do esterco curtido é bem superior. Os estercos são a principal fonte de carbono:

  • Esterco de bovinos 600 g por metro quadrado (6.000 kg/ha); ou
  • Esterco de suínos 400 g por metro quadrado (4.000 kg/ha); ou
  • Esterco de aves 300 g por metro quadrado (3.000 kg/ha).

Uma alternativa ao uso de estercos é o uso de farelos vegetais, que além de contornar uma preocupação sanitária, apresenta as vantagens de facilidade de manuseio, de armazenamento e de aplicação de doses menores. Fertilizantes inorgânicos – o principal nutriente para aumentar a produção de peixes é o fósforo, que mostra melhor resultado quando combinado ao nitrogênio, na proporção 1:10 (P:N).

Fonte de fósforo:

  • Superfosfato simples – 2,4 g por metro quadrado (24 kg/ha); ou
  • Superfosfato triplo – 1,0 g por metro quadrado (10 kg/ha).

Fonte de nitrogênio:

  • Sulfato de amônia – 9,5 g por metro quadrado (95 kg/ha); ou
  • Ureia – 4,5 g por metro quadrado (45 kg/ha).

A adubação inicial é feita logo após a calagem e junto com o enchimento de água do viveiro, escolhendo uma fonte de carbono (C), uma de fósforo (P) e uma de nitrogênio (N), com a aplicação de 2 kg/ha de fósforo e 20 kg/ha de nitrogênio. Geralmente as adubações de manutenção são realizadas de 15 em 15 dias apenas com as fontes de N e P. Conforme exemplo da Tabela 2.

Tabela 2. Recomendação de adubação inicial e de manutenção para viveiro de 1.000 metros quadrados.

[table id=3 /]

Para determinar se a quantidade e a frequência das adubações estão corretas, é necessário controlar de uma a duas vezes por semana a transparência da água (quantidade de plâncton), por meio do disco de Secchi. O disco pode ser feito na própria fazenda, ou adquirido junto a um kit de análise de água. A transparência ideal está na faixa entre 30 e 40 cm. Quando estiver abaixo de 30 cm (água mais escura), é indicado suspender a adubação até que volte aos níveis normais.

Se estiver acima de 40 cm (água mais clara), é recomendado continuar com o programa de adubações para manter a transparência na faixa ideal. As medições são feitas entre 10 horas da manhã e 2 horas da tarde, horário em que o sol se encontra mais alto. A adubação em excesso faz com que a produção de plâncton cresça muito, diminuindo o oxigênio dissolvido na água durante o período noturno, o que afeta diretamente os peixes, podendo causar alta mortalidade.

Suspender as adubações sempre que ocorrer uma das seguintes condições:

  • Temperatura da água inferior a 20°C;
  • Transparência da água abaixo de 30 cm;
  • Quantidade de peixe maior que 200 g por metro quadrado;
  • Peixes “buscando ar” na superfície da água, no início da manhã.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

bahsegel

bahsegel

bahsegel

bahsegel

bahsegel