Piscicultura Brasil

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Criação de peixe Tambaqui em tanques

O avanço crescente da piscicultura em viveiros traz consigo a necessidade de sistemas de produção que se adaptem às distintas fases do cultivo, garantindo não apenas a eficácia zootécnica, mas também a saúde financeira da atividade.

Nesse cenário, o sistema de criação de tambaqui em tanques escavados, sem troca de água durante o cultivo, emerge como uma inovação promissora. Comparado ao cultivo em barragens, esse método oferece maior controle dos parâmetros físico-químicos da água, resultando em índices zootécnicos mais vantajosos.

Após a tilápia, o tambaqui assume o posto de peixe mais cultivado no Brasil, destacando-se ainda mais quando se trata de espécies nativas. Essa ascensão não é por acaso; o tambaqui, com suas características únicas, conquistou os corações dos piscicultores e consumidores. Vamos explorar o porquê dessa espécie nativa ter se tornado uma verdadeira estrela na aquicultura brasileira.

Características Distintivas do Tambaqui

  1. Adaptabilidade e Distribuição Geográfica:
    • O tambaqui demonstra uma notável adaptabilidade, sendo encontrado em diversas regiões do Brasil. Sua capacidade de adaptação contribui para a disseminação bem-sucedida em diferentes ambientes.
  2. Crescimento Rápido e Ganho de Peso Eficiente:
    • Entre as espécies nativas, o tambaqui se destaca pelo seu crescimento rápido e eficiente ganho de peso. Essa característica o torna uma escolha atrativa para a aquicultura comercial.
  3. Qualidade da Carne e Aceitação no Mercado:
    • A carne saborosa e de alta qualidade do tambaqui conquistou o paladar dos consumidores. Sua aceitação no mercado é crescente, impulsionando a produção e demanda.

Desafios e Inovações na Criação de Tambaqui:

  1. Sustentabilidade Ambiental:
    • Os desafios relacionados à sustentabilidade ambiental são enfrentados com inovações, como o sistema de criação em tanques escavados, destacado anteriormente, que oferece maior controle e eficiência.

Perspectivas Futuras: Com a crescente demanda e a contínua evolução de práticas sustentáveis, o tambaqui promete manter sua posição de destaque na aquicultura brasileira. Seu papel vai além do cultivo comercial; ele representa um elo importante entre a produção e o consumo consciente de pescado.

Como começar a criar Tambaqui em tanques

Em experimento conduzido em Palmas (TO), a Embrapa conseguiu dois importantes avanços para o sistema de criação de tambaqui (Colossoma macropomum) em tanques-rede. A pesquisa concluiu o ciclo de cultivo da espécie em 9 meses, contra um tempo médio de 12 meses. E a conversão alimentar (quantidade de quilos de ração que o animal consome para ganhar 1 kg de peso) foi de 1,74, quando normalmente é maior que 2. Esses números referem-se a tambaquis com peso final de 1 kg.

As melhoras em ambos os índices sinalizam para o aprimoramento da criação da espécie, que é a nativa mais produzida no País e a segunda de maneira geral (perdendo apenas para a tilápia, Oreochromis niloticus), em um sistema ainda pouco utilizado na aquicultura, o tanque-rede. Os especialistas da Embrapa ressaltam o enorme potencial do Brasil nesse sistema, sobretudo por conta dos reservatórios de hidrelétricas construídas em rios da União.

Nas medidas do taque deverá ser considerado o espaço de 1m² para cada peixe e a profundidade de 1,5m, com inclinações de 1m nas bordas para facilitar o arrasto e subida da rede até a terra, durante a despesca.

O local do tanque deve ser em área de fácil acesso a água – rios, igarapés e lagos.

Ex: Em nosso caso, para cultivar 2.000 peixes precisamos de 2.000m² e um tanque de 20 de largura por 100 de cumprimento que é igual a 20 x 100 = 2.000m².

A compra dos alevinos – Na aquisição dos alevinos é importante observar a qualidade. Devem ter boa saúde, genética e com bom preparo para o tempo de transporte até a propriedade. Existem fornecedores locais e nos outros estados. Podem ser adquiridas larvas para produção de alevinos ou alevinos prontos.

A aclimatação – Os alevinos devem chegar embalados em sacolas plásticas com água. Na aclimatação deve-se misturar aos poucos a água do tanque com a da embalagem e soltá-los dentro de uma gaiola de madeira com tela construída dentro do tanque, para possibilitar as primeiras alimentações e seu acompanhamento.

A alimentação – É realizada em três fases: inicial, engorda e finalização. A ração é flutuante e deve ser dada a vontade, três vezes ao dia, manhã, meio dia e fim da tarde, em no máximo até 10 minutos por alimentação. Você pode obter as informações, na tabela nutricional do seu fornecedor de ração.

A qualidade da água – No Amapá, em geral, a qualidade da água dos rios, igarapés e lagos, é muito boa, mas para manter a qualidade da água deve-se troca-la quando sua transparência estiver abaixo de 15 cm de visibilidade. Usando um disco de sech com fita métrica, vendido nas lojas de agropecuária. Também é possível manter a qualidade da água utilizando a recirculação da água com bombas, mantendo, assim a oxigenação, possibilitando aumentar o cultivo de um para até, três peixes por m².

É fundamental considerar que o crescimento dos peixes depende da boa qualidade da alimentação, boa qualidade da água e espaço correto por peixe.

O acompanhamento – É realizado através da medição e pesagem de mais ou menos 10% dos peixes por trimestre para acompanhar seu crescimento.

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